Sem Tabus

Solteira sim, sozinha nunca!

Nada é mais certo do que uma mulher em plena solteirice querer desfrutar de todos os prazeres e, com certeza, não querer ficar sozinha nunca. As mulheres têm um poder que, sabendo usá-lo, consegue ir longe e deixar qualquer um babando.

Normalmente, deparamo-nos com diversos sites de relacionamentos, revistas com dicas e passo a passo sobre como conquistar um homem, assim como blogs e mensagens compartilhadas nas diversas redes sociais. Mas é difícil encontrar algo referente às necessidades de se ser solteira (e, consequentemente, de não precisar ficar buscando fórmulas para fisgar alguém e sair desse estado civil). Ao se falar sobre isso, comumente é feito um vínculo com a solidão e é nesse ponto que costumam pecar.

Acredito que as mulheres modernas nem sempre pretendem se relacionar de forma séria com alguém e isso não implica que elas queiram viver sozinhas ou que queiram deixar de ser solteiras. Solteirice e solidão são bem diferentes semanticamente. Nosso corpo sempre há de pedir, gesticular e implorar. Nossa corporeidade tem uma linguagem própria e cabe a nós saber manifestar e satisfazermos as suas necessidades.

Namorar e casar estão deixando de fazer parte dos planos da mulherada e o que mais tem rolado é curtição, na qual ninguém é de ninguém e o sexo passa a ser uma ferramenta de satisfação pessoal. Ao escrever isso, logo me lembrei da música dos Tribalistas chamada “Já sei namorar” que, em 2002, fez o maior sucesso. A música diz “Eu sou de ninguém/Eu sou de todo mundo/E todo mundo é meu também”, logo, solidão e liberdade sexual tem tudo a ver.

Em relação aos homens, este apresentar-se das mulheres ainda possui um viés de preconceito. O machismo, em nossa sociedade, não permite que muitos homens encarem essa escolha como algo saudável. Mas quer saber? ou recuperar o sucesso de Luka, em 2003, e cantar “Tô nem aí, tô nem aí/Pode ficar com seu mundinho/Eu não tô nem aí” e seguir com todo o tesão que eu tenho e com toda a solteirice que quero preservar deliciosamente por mais um tempo.

 

Jornalista. Baiana. Leonina. Feminista preta. Apaixonada por tudo o que diz respeito a sexo e sexualidade. Palavras e fotografias são suas taras.

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