Sua punheta não me interessa
Não é a primeira vez que conheço um cara e em meio ao nosso papo, em alguma rede virtual, ele me envia uma foto de ostentação do seu símbolo de virilidade. Juro que não sei quantas vezes foram que eu recebi fotos de pau com câmera posicionada em ângulo estratégico para ampliá-lo, engrossá-lo e torná-lo mais ostentoso porque, é claro, há quem pense que eu defina a macheza de um homem pelo seu tamanho. E mais: há quem acredite que a fotografia cubra meus anseios em pegar, sentir, provar, experimentar, saborear. Mas eu me pergunto: até onde vai essa onda de nudes redirecionados para um sexo virtual?
O sexo está muito mais implícito em imagens erotizadas sem mostrar tanta intimidade. Ele está entre conversas picantes e sem necessidades de descrições tão explícitas. O sexo está, principalmente, nas relações de maior cumplicidade e com todas as segundas e melhores intenções insinuadas. Em outras palavras, imaginar o outro em todas as gostosuras escritas e em fotos menos explícitas é o suficiente para um gozo e orgasmos.
Em alguns casos, a exposição é algo extremamente necessário para que o outro se sinta bem. Situações como essa costumam ser externalizadas e, é claro, que as compreendo bem. Caso contrário, olho pra foto do trem do moço e penso: E agora? Minha calcinha não molha nem um pouquinho, simplesmente vou ver outras coisas e pronto. Quer saber deixar uma mulher molhadinha? Então seja sutil, use as palavras ao seu favor, mostre-se sensualidade. Assim, você ganha a moça e se garante. A mesma coisa digo para vídeos ou para expressões do tipo: “Bati uma punheta pensando em você” ou “hoje à noite a homenagem será sua”. Que homenagem, cara? Homenagem mesmo é me desejar uma ótima noite e me deixar um beijo. O que você faz na velocidade 6 só interessa a você, ta? Pega as dicas de Luzinha que você passa no teste. Beijos, gatos!
Lu Rosário
Jornalista. Baiana. Leonina. Feminista preta. Apaixonada por tudo o que diz respeito a sexo e sexualidade. Palavras e fotografias são suas taras.