Encontros
Sair para conhecer uma pessoa em um encontro marcado, lugar determinado e falas premeditadas sempre me roubavam o sono e mexia com o meu psicológico e biológico. Meu estômago doía e minha mente não parava de pensar nas inúmeras possibilidades de tudo dá errado. Coisas bizarras me passavam pela cabeça, bem diferente de outras mulheres. Quando o homem me ligava para desmarcar o encontro, sentia uma alegria que preenchia todo meu ser, estava livre.
Embora goste de conhecer novas pessoas, valorizo muito a naturalidade do envolvimento de almas. Não estou me referindo somente no plano romântico, mas no químico também. Gostei, beijei, ser no seu verdadeiro ser, sem tempo de planejar falas nem premeditar comportamentos. Essa minha forma de pensar não era madura, pois num encontro precisaria me revestir de uma pessoa nos moldes sociais estipulados para eu ser a mulher educada para não sentir. E tinha certeza que era um trauma proveniente do que não sei, mas que precisava ser resolvido.
Contudo, quanto mais protelava viver encontros, me sentia segura na minha bolha, no meu mundo. Mas o destino é uma curva sem placas de precipício e a vida é imprevisível. Como não gostava de encontros, o meu mundo acontecia nas redes sociais, no virtual. Certo dia, na minha página de uma rede social, aparece uma solicitação de amizade. Não dei muita importância, mas não demorou muito e surgiu a curiosidade. Abri e vi que era a solicitação de um homem não muito bonito na foto, então procurei outras fotos para certificar a minha impressão, de fato não era realmente bonito, mas o aceitei. Não gosto de excluir pessoas, até porque era apenas uma amizade virtual.
Após a aceitação, automaticamente falou comigo. Não dei muito espaço, sendo objetiva e até mesmo ríspida nas minhas respostas. No outro dia, as minhas respostas ficaram como martelo na minha mente a questionar-me o motivo de tanta rispidez, pensei: se ele falar novamente, tentarei ser mais agradável. À noite no mesmo horário de lazer para as redes sociais, ele voltou a falar comigo, fui simpática sem muito esforço e ele falou muitas coisas sobre ele, algumas não acreditei, mas não pediu a minha opinião, simplesmente eram as verdades dele.
O meu “cabeção” já estava arquitetando o medo dele me chamar para sair e… o pedido foi feito. Estava decidida em aceitar e quebrar essa relutância em ter encontros, foi um convite para tomarmos um vinho. Confesso que me empolguei e achei bem cavalheiro, então convite aceito. Ao chegar o dia, as horas passavam lentamente, as expectativas aumentavam a ponto de não conseguir controlar a avalanche de pensamentos. Eu me arrumei estrategicamente com uma calça jeans e cinto (de castidade… rsrs). Não queria transar com ele, até porque não nos conhecíamos. O coração acelerava ao aproximar o horário combinado.
De repente o celular toca, era ele. Atendi e disse que já estava saindo. Ao abrir o cadeado do portão, procurei e não avistei carro nenhum. Quando olho para o outro lado, havia um carro de vidros escuros e que baixava lentamente, então ele deu um sorriso confirmando. Essa é a pessoa que te espera. Entrei e fomos conversando assuntos triviais, ouvindo músicas que muito me agradavam. Ele olhava para mim com um sorriso encantador e, como uma varinha de condão, senti um cheiro e uma sensação que me embriagava: era o cheiro de sexo que exalava naquele momento.
Fomos a um restaurante agradável, tomamos um vinho acompanhado com crepe. Não estava sendo tão ruim como eu imaginava, pois naquele momento era eu mesma, sem medo de errar nem fazer pose de mulher puritana. Após o vinho, ele disse que iria me levar a um lugar especial. De fato, para mim foi, pois não conhecia, ficava no ponto mais alto da cidade. As luzes se perdiam na imensidão, encantador.
Aos poucos, suas mãos percorriam sobre as minhas, no meu ombro, cabelo. Nesse momento. pensei: por que não viver o que realmente quero, estava sendo eu o tempo todo, por que não ser agora? Deixei suas mãos livres, acariciando o meu rosto, tocando a minha boca e nos entregamos num longo beijo. Ao mesmo tempo, sentia minha mão sendo levada por ele para o seu corpo, percebi que queria carícia. Suas mãos foram me levando ao seu falo o qual, mesmo sob uma bermuda jeans, sentia a sua pulsão. Não me esquivei e acariciei com muito afago.
A sensação que sentia e que queria tê-lo completamente na minha boca, sentir o gosto, o toque. Fui beijando a sua boca e percorrendo todo o seu corpo com beijos calorosos. Ao me aproximar da sua fonte de prazer, percebia a sua respiração aumentar consideravelmente. Abri a sua bermuda com o meu dente, senti o seu cheiro profundamente e, lentamente, fui inserindo seu pau na minha boca quente.
Naquele instante, uma chuva caía forte, muito forte com barulhos de trovão. Eu me senti como num filme o qual eu era atriz principal. Chupava, beijava, lambia os seus testículos e toda parte do seu corpo enquanto ele tocava em mim. Sem nojo nem pudor íamos nos descobrindo na troca dos corpos com muito prazer. Quando estava fazendo movimentos repetitivos de masturba-lo com a boca, esguichou uma grande quantidade de esperma que facilitava o movimento úmido e deslizante. Mesmo assim, não parei e parecia que ele estava delirando em sensações .
Após o ápice do prazer e vários jorros de esperma dele sobre mim, a sensação que tive foi de leveza. Não gozei, pois tenho um jeito especial para isso, mas o meu maior prazer, o meu gozo aconteceu quando olhei para o seu rosto e o mesmo fez uma cara tão linda, parecia a felicidade personificada em sua pessoa. Voltamos para casa. Ele vestido apenas com uma camisa branca e eu aproveitando o final daquele encontro como se fosse o fim do fim.
Mais um conto da Despuroda A.R.