Agora, sim, sou jornalista!
Foi na última sexta-feira, 7, que, enfim, eu me tornei jornalista. Estudante na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Uesb, já havia cursado Letras Vernáculas e, posteriormente, Especialização em Alfabetização e Anos Iniciais do Ensino Fundamental – apesar de inconcluso. Com toda essa bagagem, minha segunda graduação fez com que os anos de faculdade se tornassem 11 longos anos.
No curso de Letras, fui poesia da cabeça aos pés. Em minhas angústias, eu me sentia abrigada. Em minhas lutas, apoiada. Fui enérgica do início ao fim. Bolsista de extensão ou de Iniciação Científica, eu sempre estava dentro da universidade vivenciando ela de todas as formas. Ajudei a reerguer o Centro Acadêmico, levei os estudantes aos encontros de estudantes em outras universidades, realizei um grande evento na própria Uesb. Movimentei uma legião de colegas em prol da socialização e do aprendizado. Em Letras, eu vivi tudo o que tinha para viver. Assim, impossível não ser rima. Além do mais, fiz os melhores amigos do mundo.
Na especialização foi aquela coisa de estar cursando por falta de opção e, mesmo tendo aptidão, faltou-me amor. No momento do TCC, tudo era mais interessante do que escrever e analisar dados. Trabalhar com os pequenos nunca foi o meu forte. Isso já era sabido nos tempos de Letras, em que eu sempre preferia as turmas mais avançadas para estagiar. Encontrava-me mais à vontade diante deles.
Logo após, Jornalismo. Adentrei neste mundo que já me era querido antes mesmo de cursar Letras. O curso de Letras caiu de paraquedas, após algumas investidas mal sucedidas para cursar jornalismo. Apesar de feliz com o diploma em mãos, não adiantava dizer: Você já é formada, basta fazer uma pós em jornalismo. Eu não queria pós, eu queria o curso todinho pra mim e, assim, foi.
Não foram 4 anos de curso como eu desejava, mas 5 longos anos. Não vivi na universidade, não contribuí com nada nem fiz tantas amizades, apesar de ter feito grandes e queridos amigos. Fui em alguns encontros, socializei neles e descobri uma legião de pessoas maravilhosas com a mesma vontade que eu: destacar-se nos meios comunicacionais. Percebi que liberdade é a coisa mais linda e que eu realmente poderia vivê-la. Assim, comecei a entrar no meio publicitário, a descobrir os programas de edição de imagens, a fazer o Pudor Nenhum ser força.
O curso de Jornalismo me fortaleceu. Eu concluí que realmente nasci para isso e que não somente a escrita faz de mim ser quem sou, mas eu também posso ser boa em rádio e frente às câmeras. Eu descobri que redes sociais pode ser um barato e que imagem conta muito. Inclusive, o término do curso de jornalismo deixou isso ainda mais claro: é preciso investir em mim mesma e me ter como prioridade. Mais do que isso, é preciso correr atrás e acreditar porque o caminho sou eu quem faço e, inclusive, já comecei a trilhá-lo.
Após tanta luta, estou graduada naquilo que é super a minha cara. Mostrei, para mim mesma, que não desisto fácil e que corro atrás do que quero. Agora, sim, posso encher a boca e dizer: Sou jornalista. Posso seguir nesta estrada junto com o que nos constitui: sexualidade. Juntos, vamos ser muito mais. Minha meta após tantas conquistas é viver exclusivamente de sexo e sexualidade em suas diversas nuances: palestras, consultorias, vendas de produtos eróticos (por que não?), projetos e por aí vai.
O Pudor Nenhum foi o nó que me ligou nestes 11 anos de estudos e é ele quem me fará continuar estudando o resto da vida. Que minhas metas sejam alcançadas e juntos façamos a diferença. Ser despudorado, sem dúvidas, é vida!
Lu Rosário
Jornalista. Baiana. Leonina. Feminista preta. Apaixonada por tudo o que diz respeito a sexo e sexualidade. Palavras e fotografias são suas taras.