De todas as suas performances, a minha versão.
Beijamos na boca calorosamente. Foi assim que começou o primeiro round da nossa trama sexual. O primeiro beijo cedeu lugar para outras possibilidades maiores. Entregamos todo nosso destempero em retirar imediatamente a roupa um do outro enquanto ele impulsionava seu corpo sobre o meu.
Uma mão tirava o short e a outra bagunçava todo o cabelo dele enquanto os meus seios já sentiam a sua pele quente e úmida de suor. Ele, então, resolve descer, me olhar nos olhos e colocar a língua na minha região íntima. Chupa e passa a língua duas, três, quatro vezes. Desordenada, ele parece perdido, parece gostar, mas também parece querer acelerar. Assim, envia dois, três dedos, me olha e sobe sobre mim. Sentindo que poderia melhorar, resolvi puxá-lo para baixo e mostrar como se chupa.
Com a espada na boca, quis experimentar todo o seu sabor. Porém, arrepiou-se e pediu para parar. Disse que não aguentaria. Tremeu todo. Pediu novamente. Paramos. Fui para baixo dele e, após dar aquela passada de dedo como se estivesse conferindo a lubrificação, enfiou o dedo na boca, colocou lá novamente e meteu todo o seu arsenal em mim.
Meteu durante três míseros minutos, seu suor pingou em meus olhos e pediu para eu ficar de lado. Eu pensei: pode melhorar. Nessa posição, ele meteu mais três minutos e pediu para eu levantar a perna, alegando que ficaria melhor, levantei. Para ficar ainda melhor, quase fiz um contorcionismo que até hoje me surpreendo ao lembrar. Após outros três minutos, ficar de quatro. Depois, deitada. Depois, meia nove.
Após uma hora indo e vindo entre metidas e não gozadas, eu já estava pensando na publicação que faria no dia seguinte sobre sexo meia boca. Foi, então, que ele pediu para fazer anal. Inclinei-me e deixei penetrar – aos poucos, mas também sem grandes preocupações porque o membro dele não era grosso a ponto de machucar.
Ele começou a gemer mais do que costumeiramente. Eu dei umas respiradas fundas porque, apesar de todo o marasmo, até que o anal estava bom e, enfim, ele gozou. Gozou no meu cu. Para ele, o serviço estava concluído e o sexo havia sido perfeito e com todas as performances que ele achava louváveis. Para mim, havia sido uma frustração. Não gozei. Não relaxei. Não aprovei.
Quando ele foi embora, tomei meu banho sentindo um vazio. Havia sido investido tempo demais para tão pouco. Não havia emoção. Com isso, encerrei uma das minhas tramas mal vividas. Não havia porque continuar em uma via sexual de mão única.
Lu Rosário
Jornalista. Baiana. Leonina. Feminista preta. Apaixonada por tudo o que diz respeito a sexo e sexualidade. Palavras e fotografias são suas taras.