Há traição virtual?
É certo que há relacionamentos que começam na internet. É certo, também, que este contato virtual, quando diariamente, pode provocar excessos de tesão, coração acelerado e vontades pelo outro e pela possibilidade de encontrá-lo no outro dia ali, naquele mesmo lugar, para aquela mesma troca de carinhos. Mas nem toda relação virtual tem ares de concretização, muitas delas não passam da tela de um computador. Digo isso para tentar me aproximar da máxima que afirma que traição pode ser virtual.
Quando se está entregue em um relacionamento, estabelece-se um contrato no qual versa a fidelidade e a lealdade com o outro. Tanto uma quanto a outra implicam confiança, honestidade e retidão. Em outras palavras, o compromisso estabelecido com o parceiro (ou parceira) exige um não compartilhamento de sentimentos e carícias com outras pessoas além dos envolvidos. Isso ocorre devido a sociedade monogâmica em que vivemos e à sensação de posse que, muitas vezes, temos e resultam em ciúmes.
Independente de sermos ciumentos ou não, desejamos que a pessoa com a qual estamos namorando seja somente nossa. Não somos muito fãs de dividir afagos e afetos. É por isso que uma possível relação afetiva do nosso cônjuge com alguém que está do outro lado do monitor nos afeta tanto. Mas eu lhe pergunto: é possível se falar em traição virtual?
As respostas divergem todo o tempo, visto que traição sempre foi visto como contato físico e o virtual furta-se disso. No entanto, traição não é apenas contato físico, pois envolve o que se passa na cabecinha e coração daquele que se envolve. Nesse sentido, muitos afirmam que o relacionamento virtual pode ser uma das piores traições porque pode envolver sentimento e, quando há sentimento, é possível haver desgaste e o esquecer-se daquele com quem se namora. Uma cabeça enamorada costuma dar mil e uma voltas para justificar os ciúmes por aquele o qual não se vê.
Entretanto, as mais descoladas nem se importam. Elas sabem que quem pega, desfruta e troca verdadeiras palavras de amor são elas [Vale salientar que são raros os que pensam assim!]. Eu só sei de uma coisa: isso é muito complicado e relativo. A relatividade tem a ver com quem a pessoa está se relacionando, como está sendo esse contato virtual, qual o grau de importância que se é dado a isso e mais uma série de fatores que dependem do casal.
Portanto, lanço a pergunta para vocês e digo que sou do tipo que confio no meu taco e não ciúmo de parceiras virtuais, porém avalio um monte de fatores. Se eu perceber que a pessoa virtual recebe mais atenção e tornou-se mais importante do que eu, a gente conversa e o relacionamento acaba. Se ele não quer a gostosona que sou, tem quem queira! E se eu souber que está havendo um sexo virtual casual, também não tolerarei – a não ser que me inclua.
Sendo assim, você considera o sexo virtual como traição? É um fetiche pela troca de palavras e gozo sem envolver o tato ou é uma carência muito grande? Então, eu volto em tudo que disse anteriormente, pois tudo se aplica também ao sexo realizado assim. E, assim, retorno à pergunta: Você considera que o relacionamento virtual tem efeitos de traição? Se você quiser me dar uma resposta mais discreta ou contar a sua experiencia, entra em contato comigo. Não precisa ter pudor. Eu mesma estou soltinha!
Lu Rosário
Jornalista. Baiana. Leonina. Feminista preta. Apaixonada por tudo o que diz respeito a sexo e sexualidade. Palavras e fotografias são suas taras.