O Mover-se, por Giselli Moreira.
Linda. Sensual. Provocadora. Em três palavras pontuais, descrevo Giselli Moreira e sua fotografia. Com traços recorrentes, imagens que aguçam a imaginação e outros sentidos, ela consegue apresentar a si mesma de uma forma que transgride os pensares. O feminino é a sua maior representação por meio da profanação do corpo e do revelar-se inteira.
O ensaio ‘O Mover-se’, publicado na edição deste mês da Revista OLD, apresenta uma entrevista maravilhosa sobre o seu descobrir-se no espaço fotográfico, bem como o desenvolvimento e o fluir dos movimentos enquanto lugar de libertação e multiplicidades de si. De forma inspiradora, ela responde em entrevista que
Fotografar o próprio corpo, percorrer o corpo, costumo dizer, é um abismo que me salva, pois preciso me expor, alimentar-me do caos para alcançar alguma liberdade, continuar.
Assim, a OLD questiona sobre o modo como foi desenvolvido O Mover-se. Há uma coreografia não estabelecida e um sentir que transborda frente a lente fotográfica. O corpo ressalta as não regras impostas e o feminino emerge em cada rabisco que os movimentos ressaltam. De acordo com Giselli,
Há um corpo-impulso-múltiplo (fora de) em mim que desconheço, que quase tocar, quase posso ver, que perturba e, a priori, nada diz. Acredito que o ensaio Mover-se surgiu neste ‘quase’, neste silêncio e nos gestos que respiram. É um agenciamento de desejos, urgências e afetos que, inconscientemente, toma assento no ato fotográfico e ressoa depois que o processo acaba.
Para matar a vontade de ver um pouco d’O Mover-se, deixo-lhes uma fotografia deste ensaio. Sintam esse libertar ao qual a fotógrafa se rendeu e acesse a Revista OLD para ver mais.
Lu Rosário
Jornalista. Baiana. Leonina. Feminista preta. Apaixonada por tudo o que diz respeito a sexo e sexualidade. Palavras e fotografias são suas taras.