O músico e o nudes
Conheci, na boemia carioca, um homem de olhar intenso e sorriso maroto. Bom de papo, músico, brinca com as palavras, dono de um beijo delicioso e uma malícia contagiante. Só ficamos uma vez, voltei para minha terra e ele me acompanhou, em pensamentos.
Ficou um desejo guardado no íntimo e faz alguns dias em que as conversas virtuais ficaram mais picantes. Tudo começou quando disse a ele que escrevo conto erótico, acho que os homens ainda se espantam quando descobrem que mulheres gostam de rabiscar sobre erotismo. Ao receber o link, ele me pediu um nudes para animar a leitura. Confesso que não sou muito fã da prática. Mas como rola certa afinidade, mandei uma foto e até então considerava um nudes.
“Ah,moça! Isso não é bem um nudes”, disse ele. Eu havia enviado uma foto em que eu estava usando uma calcinha rendada rosa. Poxa! Um esforço pra nada. Eis que vem um pedido criativo “cadê a foto do triângulo e da zabumba? Meu pife está saltitando no embornal”. Gente, achei esse pedido de uma criatividade e me empolguei.
Tirar foto de um pequeno bumbum é a pior parte. Eu que já tenho uma coluna idosa, sofri. Virava para um lado, virava para o outro e saia uma foto pior do que a outra. E no chuveiro? Derrubei uma toalha ao procurar um melhor posicionamento para as fotos e quando percebi, ela estava ensopada. Os pingos que molhavam a tela e a espuma que deixava a câmera embaçada e a labuta para tirar um nudes de qualidade.
Foram minutos para achar um bom ângulo para a foto da tal zabumba. Tirei! Achei que ficou boa, o bumbum pareceu bem maior do que o normal. Enviei. À noitezinha, recebo mais um pedido, agora é foto da grutinha. Como assim? Eu só conheço a gruta de Bom Jesus da Lapa e enviei uma imagem do santuário dela para satisfazer o desejo do gaiteiro. Achei que todos os homens curtissem fotos dos seios. Tirei algumas, tive o cuidado de sumir com as dobrinhas e mandei uma imagem dos peitinhos lindos e durinhos. Qual a resposta que recebo?
– Lindinhos seus peitinhos, amor. Mas peito é para criança. Quero foto da gruta e do triangulo.
Eu pensei até que ele fosse um garimpeiro porque era um desejo pela grutinha.
Ontem eu enviei a foto do triangulo e ele se empolgou e até o pau ficou duro. No meio da conversa surgiu uma pergunta interessante:
– Qual é o nome da sua buceta?
Eu ri e muito e disse que ela ainda não havia sido batizada e não possuía registro. Nunca pensei em um nome para minha pepequinha. Foi uma novidade.
Ele ficou com a missão de batizá-la. Espero que a água benta seja substituída pela saliva ao deslizar a língua sobre a sem nome e depois penetrar seu pau nela. Será que o pife ou pau também tem nome? Estou na dúvida. E eu que crio muita expectativa, fiquei ansiosa esperando um nudes dele e me mandou uma foto até interessante e outra em que ele mostrava todos os dentes. Acho que ele pensou que eu fosse dentista e me interessasse por nudez bucal. Moço, espero ver o pife na ativa.
Na calada da madrugada, depois de muitas fotos tiradas, tentando pegar o melhor ângulo de minha grutinha, achei uma bem fotogênica e mandei. Hoje à tarde, achamos melhor encerrar a brincadeirinha. Sabe, leitores, é que do breve encontro que tivemos, ficou desejo e fome em nós. Gosto de receber nudes, mas não curto enviar e até porque sou um desastre para tirar fotos. Curto muito a pratica do toque, cheiro e do sentir. E quem sabe um dias desses, pelas ruas cariocas o músico me encontre e encante-me novamente com a beleza e a conversa saliente e que ele possa conhecer, batizar, se deliciar e morrer de prazeres em minha grutinha.
E eu? Quero saciar meus desejos e colocar o bife para tocar enquanto minhas energias durarem. Não sei quando voltaremos a conversar, mas que sua criatividade, meu adorado músico, esteja em ascensão e que se o destino contribuir, que os nossos desejos possam ser um só e que a noite fique pequena para saciarmos as nossas vontades.
FSJ, um leitor ou leitora Pudor Nenhum.
Um comentário
Pretho Souzza
Adorei o conto, me fez embarcar nas linhas ao ponto de desejar encontrá-la. Hehehe. Sucesso