Santo Antônio, fé e amor próprio
Todo ano, a gente é pego por essas duas datas: uma dos namorados e outra dos solteiros, já que Santo Antônio é tido como o responsável por arranjar marido pra mulher que já está quase perdendo as esperanças de encontrar algum pelos meandros da vida. Entretanto, vamos pensar: o que seria a fé em um santo como temos a fé no santo casamenteiro?
Para mim, fé é uma crença. Quem tem fé, acredita. Logo, quando pedimos ao santo, consequentemente acreditamos. Mas acreditar não é um ato simples da boca pra fora, ele representa muito mais. Quando a gente acredita em algo, tiramos de nós o pessimismo que a falta de esperança traz e, assim, passamos a ser mais otimistas e mudar nossas atitudes.
A beleza, portanto, começa a surgir e, então, ficamos mais propícios a encontrar alguém. Quando essa beleza resplandece inteira, a chance de conhecer alguém com muitas afinidades é perfeita. Porém, quando essa beleza ainda está recheada de negatividades e se aparenta com desespero, a possibilidade de encontrar alguém que não a faça feliz é grande.
Eu sempre digo para as minhas amigas que querem ter um companheiro e casar: Não se preocupe, toda panela tem sua tampa e a sua ainda vai aparecer. Eu sempre peço também para canalizar os pensamentos e evitar desesperos porque isso não é bom pra si nem para o outro que vê fragilidade demais em sua imagem. Quem me conhece, sabe que não estou mentindo.
A nossa fé em Santo Antônio deve ser revertida em amor próprio. Quem se ama está mais fácil de ser amado. Para tudo, existe um espelhamento e nosso interior é quem mais está capacitado para espelhar tudo o que nele está. Não sei se você fez simpatias, orou pai nossos ou sonhou com seus desejos sendo realizados, mas digo que um coração tranquilo representa uma mente e um corpo saudáveis e prontos para quando o amor chegar.
Lu Rosário
Jornalista. Baiana. Leonina. Feminista preta. Apaixonada por tudo o que diz respeito a sexo e sexualidade. Palavras e fotografias são suas taras.