Sexo: um campo de descobertas
O sexo sempre é uma descoberta. Quanto mais experiências sexuais nós temos, mas sabemos sobre o que realmente gostamos. Todo ato de entrega parece ser um funil onde vamos aprendendo um pouco sobre nós mesmos. Não digo que, para isso, precisamos ter vários parceiros ou parceiras sexuais, mas que pelo menos saibamos nos reinventar ainda que seja com um único parceiro.
Eu confesso que já vivenciei os dois lados da mesma moeda e ambas as experiências foram enriquecedoras. Confesso que não vivenciei tanto porque as possibilidades nunca se esgotam, não é verdade? Mas dentro disso, posso lhes falar que a gente se depara com tudo o que nos permite distinguir o que é medo, o que é intensidade, o que é vontade.
Fazer sexo mil vezes com uma mesma pessoa nos faz descobrir que há sempre um lugar novo para ser desvendado. É aquela coisa: Cansei da cama, vamos pro tapete. Ai, transar contigo é gostoso demais, vamos fazer aqui e agora – na sala de casa enquanto a mãe está na cozinha ou, então, naquela balada em um cantinho discreto e por aí vai. Você descobre que a ciência não mente e que a adrenalina é um delicioso tempero na arte de sentir prazer. Mas também pode acontecer o contrário e você descobrir que adora explorar outras possibilidades, mas ali – dentro do quarto.
Você começa a descobrir que gosta de um tapa na cara, de um arranhão, de uma chupada mais forte, de uma algema e uma chibata. Você descobre tudo isso porque confia demais nele (ou nela) e confia o suficiente para se permitir ser vendada e deixá-lo livre para usar e abusar do seu corpo. Sem contar nas outras descobertas aliadas ao masturbar-se que também passa a ser a dois.
Fazer sexo com vários homens já lhe possibilita uma outra experiência. Você acha engraço algumas delas ou fica nervosa com outras. Você tem histórias pra contar que tem gente que vai duvidar porque realmente existe gente sem noção quando a trama é sexo, mas você imaginava que isso era somente conto da carochinha. Por exemplo, você vai conhecer gente com os mais diferentes fetiches. Daqueles que precisam cheirar seu cabelo para ter um orgasmo ou que pede para você urinar sobre ele (isso porque estou sendo sutil!). Daqueles que brocham porque você tem muita atitude na cama ou porque você geme alto.
Sem contar que você começa a descobrir se gosta mais de um pênis grande ou menor, fino ou mais grosso. Descobre que nem todo homem tem higiene e que nem toda mulher sabe cuidar da sua pepeca direitinho. Percebe que nem toda pepeca é igual e que algumas são lindas – assim, vai moldando o seu gosto. Além do mais, você também vai traçando os perfis de homens e mulheres que curte porque, olhando, você já imagina transando.
Dessa forma, como não se conhecer e não se sentir uma expert na arte de se despudorar? Independente como você vive as suas experiências sexuais, todas elas são válidas e fazem com que a gente se ache. Seja de luzes apagadas ou acesas, a gente sente o sexo em todas as suas nuances porque, sobretudo, ele é tato, olfato e paladar. Ser despudorado é conhecer um pouco a teoria, mas sentir tudo o que a prática tem pra nos oferecer. Quando falamos de nos fortalecer, o sexo – com certeza – é nosso melhor campo de batalha.
Lu Rosário
Jornalista. Baiana. Leonina. Feminista preta. Apaixonada por tudo o que diz respeito a sexo e sexualidade. Palavras e fotografias são suas taras.