Tudo pode acontecer
As sextas-feiras nem sempre são treze nas nossas vidas. Para mim, independente do número que venha, significa o dia mais esperado da semana, pois, neste dia, se encerra o meu tempo comprado e sou livre para doar-me ao prazer de fazer o que gosto ou simplesmente não fazer nada. Numa dessas sextas da vida, surgiu uma vontade de sair, como se uma força estivesse me pulsando para espairecer, não pensar em nada.
Seguindo o instinto dessa vontade, assim o fiz. Não pensei em que roupa usar nem tão pouco me preocupei em me maquiar. Coloquei o meu vestido preto o qual me sinto segura, tipo amuleto, sabe? Coloquei o meu batom favorito e saí com amigos com uma confiança que iria ser bom. Ao chegar ao lugar que costumávamos ir, estava acontecendo um evento: muitas pessoas, músicas, um clima agradável. Chegou um rapaz que cumprimentou a minha amiga e a chamou para ir para outro lugar que estaria bem melhor. Ele também me chamou, não conhecia o rapaz, mas confiava nela e, de fato, ele é uma pessoa gente boa. Hoje também somos amigos.
Então ele nos levou para um barzinho distante do centro da cidade onde nunca tinha ido. Eu adorei. Ao chegar, estava radiante, barzinho cheio, gente bonita, cerveja gelada e aperitivos deliciosos. Já estava numa leveza natural e, após duas cervejas, estava uma pluma. Na mesa ao lado, estavam alguns homens. Olhei sem muita intenção. Com pouco tempo, um me chamou para dançar, aceitei, pois a música estava irresistível (Dorgival Dantas).
Após a dança, senti que seu amigo também queria dançar comigo, mas ficou tímido, não perdi o meu clima, dancei, conversei e bebi. Porém, antes de eu ir embora, ele chegou e pediu para dançar, eu aceitei. Ele não sabia dançar, os nossos passos não se encontravam, então conversamos, pois os ritmos estavam em desencontros até o fim da música. Não gosto de deixar uma dança não terminada, mesmo quando há esses desencontros. Nesse espaço de tempo, trocamos números de telefone. Ele é de Aracaju, eu iria no mês seguinte para lá, pensei: vai que precise.
Já estava tarde e fomos para casa. Quando cheguei em casa, ele falou comigo, fui simpática por educação e voltei a dormir sem ser ele o motivo dos meus sonhos, mas, sim, da minha paz e sensação de uma sexta maravilhosa. Alguns meses depois, curti uma foto dele no watsapp e, instantaneamente, ele me respondeu com um coração pulsando. Normal para mim, esses desenhos são apenas smile, sem sentido real. Depois, uma ligação. Conversamos e conversamos, no outro dia também e no outro já estava enviando mensagens de bom dia e, ele, fotos da sua rotina, beijos, no trabalho, pensei… que louco!
As conversas se tornaram frequentes e os assuntos cada vez mais interessantes. Adorava ouvi-lo contar sua rotina, seus sonhos, medos. Tudo que ele contasse para mim era superinteressante. O nosso diálogo com o passar dos dias estava se aprofundando para uma intimidade que ia além dos nossos desejos de estarmos juntos, mas das nossas fantasias, e as dele eram sempre as mais empolgantes, excitantes. As experiências de sexo vivenciadas por ele me deixavam com um misto de prazer, curiosidade e ciúmes. Não entendia o que estava acontecendo comigo. Ele um homem muito aberto aos prazeres e eu queria apenas ser sua aprendiz.
Ele revelou as várias formas de sexo que já tinha praticado. Realmente mexiam comigo os seus relatos e me deixavam surpresa, pois jamais imaginaria que um homem com uma postura tão séria como a dele poderia fazer tais coisas, mas a sua profissão exigia essa postura. Ele tinha uma libido muito solta e fantasias alucinantes, o que me fascinava era a naturalidade como falava das suas realizações sexuais, as transas com mais de uma parceira, duas mulheres e ele, dois homens e uma mulher, dois homens duas mulheres.
Ao ouvir as suas histórias, despertava em mim pensamentos nunca antes imaginado, assim como surgia a vontade de tê-lo, de também fazer parte da sua história, mas não com uma das mulheres que realizavam suas fantasias, mas sim a sua única e exclusiva Mulher. Queria ser somente dele, os outros homens por mais bonitos, simpáticos e atraentes que fossem não iriam jamais apagar o vulcão de desejos latejantes que sentia pelo Grego, era assim que eu o chamava, não estava me reconhecendo, eu que sou tão madura, nunca dada a fragilidade numa relação, sentia falta quando não me acordava com um bom dia, quando estava online e não falava comigo, doía muito, mas logo o seu (Oi, minha Linda!) era uma anestesia que adormecia minha dor e ansiedade que consumiam os meus dias devido a distância que nos separávamos.
Era recíproco esse sentimento, sentia uma verdade em suas palavras e sei que a vontade de nos vermos era genuína. Ele queria vir à minha cidade para passarmos juntos um fim de semana, mas, infelizmente, neste mês estava com compromissos agendados e de suma importância. Não era possível adiá-los. Isso me corroía por dentro, não via a hora desse mês findar.
Assim, o tão esperado dia chegou, não podia acreditar que ele estava na minha cidade e que iríamos nos vermos pessoalmente. Meu coração pulsava, me sentia única, completa, uma felicidade que não cabia em mim, era como se existisse apenas nós dois. Marcamos um lugar para nos encontrarmos num horário combinado, eu me atrasei, pois queria estar linda para ele. Ao chegar no local, tentei não transparecer a avalanche de sentimentos que continha em mim. O meu olhar não via ninguém naquele lugar e, de imediato, foi direcionado para ele. Nos abraçamos forte por alguns minutos, o tempo poderia congelar naquele momento e, após longo abraço, os sorrisos e olhares eram constantes entre nós.
Não tinha como negar a vontade recíproca de nos darmos por inteiro, de realizar as fantasias que muito estavam presentes em mim e, com certeza, nele. Imagine onde fomos? Isso mesmo que você pensou. O meu corpo reagia de uma maneira nunca antes vivenciada. O bico dos meus seios estavam duros, enrijecidos. Ele dirigindo apenas com uma mão, passou levemente a outra no meu vestido, acariciando por cima minha bucetinha e eu também acariciando seu falo por cima da calça jeans, louca para tê-lo nu e me perder no seu corpo.
Éramos nós dois e os nossos mundos. Mesmo com tanto desejos avassaladores que estávamos sentindo, ele me beijou lentamente, conseguia sentir a temperatura da sua boca e os meus poros da pele reagindo a cada beijo. Suas mãos percorriam o meu corpo com toques suaves e bruscos ao mesmo tempo. Foi tirando lentamente o meu vestido, deitei na cama e ele descalçou a minha sandália beijando os meus pés, subindo pelas pernas até chegar na minha calcinha. Cheirou, beijou lentamente, retirando-a, foi acariciando a minha vulva e lambendo com a língua em movimentos circulares. Neste momento, não sentia as minhas pernas.
Depois, ele fazia movimentos sugando e soltando. Conhecendo-me, percebi que, para ele, não era apenas uma buceta, era um mundo que ele estava descobrindo e eu me redescobrindo. Os grandes lábios ele contornavam com a sua boca. Sentia a sua língua no meu clitóris, peguei a sua mão, coloquei sobre e direcionei-o para me masturbar, ele divinamente fazia movimentos rápidos e eu pedia que fosse ainda mais rápidos e forte, Cheguei ao ponto que perdi o sentido de tanto desejo e esguichou uma imensa quantidade de gozo. Ele se lambuzava e delirava. Tinha me feito gozar e eram múltiplos e intensos que eu não podia controlar. Nós estávamos amando tudo isso. chegávamos a gemermos juntos de tanto prazer, molhados pelo líquido dos vários orgasmos que ele estava me proporcionando.
Puxava o meu cabelo enquanto eu chupava o seu pau e lambia os seus testículos. Sabia que na intensidade que puxava o meu cabelo, correspondia ao prazer que estava sentido. Eu queria tudo, eu era todas as mulheres que ele já transou. Naquele momento, eu era dele e ele era meu, éramos um só.
Tudo era possível, o calor do seu corpo aquecia o meu, o suor que derramava nele era como água que caía na minha boca e matava a minha sede.
Fiquei de quatro e ele meteu em mim tão profundo que sentia que o limite não existia. Pedia para irmos ao limite das nossas fantasias e que metesse o mais profundo e forte que pudesse. Queria que ele me comesse todinha, que a minha buceta era dele e que eu era a PUTA, CACHORRA, SAFADA, DELE. Ele delirava com as minhas falas e pedia para eu repetir enquanto jorrava esperma na minha cara e nos beijávamos regado a esse líquido precioso, chupava os meus seios e eu delirava em sensações. Tivemos vários orgasmos, o mais intenso foi quando nós gozamos juntos. Perdi completamente o sentido, como se meu corpo estivesse tão leve que não tinha controle sobre ele.
Acordei sobre os seus braços, ele mexendo no meu cabelo e me dizendo: poderia ficar noites te olhando, sendo o seu anjo protetor. Olhei para ele e sorri. Tomamos banho juntos, fomos almoçar, não lembrava se tinha casa ou mesmo endereço, queria apenas estar com ele, me sentia segura, protegida, amada e a sensação de leveza não saía de mim. Conhecemos algumas belezas naturais e nos entregamos numa intensidade ainda maior sob as forças e som da natureza que eu sentia abençoar a nossa união. Estava tão livre que nenhum pensamento social do certo ou do errado era capaz de perturbar a minha felicidade. Pela primeira vez, sentia a genuína felicidade. Grego confirmava esse sentimento no seu olhar e no seu sorriso que me proporcionavam orgasmo só de olhá-lo.
Não acreditava que estava chegando a noite e o conto de fadas estava se findando. Após tanta felicidade vivenciada naquele lugar, me despedi mentalmente com muita gratidão. Fomos a um povoado próximo, barzinho rústico, muito interessante, jantamos, tomamos um delicioso vinho e brindamos tudo que vivemos. Pedi licença e fui ao banheiro, pois não podia me despedi dele com lágrimas. Voltei com naturalidade. Ao me deixar em casa, nos despedimos com abraços fortes e beijos longos. Percebi que retirava algo do bolso, era um guardanapo com algo escrito por meio de códigos, não entendi, ele me disse: Independente do tempo que passar ou com quem estejamos, quando você conseguir desvendar o que está escrito por meio desse código me procure, estarei te esperando.
Naquele momento, só sentia dor, pois sabia que era um adeus. De tudo que vivemos, agradeço, pois, pela primeira vez, me senti amando e sendo amada, não foi o fim, pois dentro de mim sinto cada toque, beijos e abraços e, quando sinto a sua falta, lembro-me do seu sorriso. Quando estou triste, recordo-me do seu sorriso. Não sei se um dia voltarei a vê-lo, pois o que tenho são as lembranças que ficaram em mim e a foto sua do whatsapp que provavelmente não usa mais. Independente de nos reencontramos ou não, ele será o Homem que me fez sentir Mulher na minha genuína feminilidade e da felicidade do encontro de alma, corpo e coração.
De despudorada A. R, escrito no dia 17/10/2017.